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A comunidade judaica no Brasil
Que a população judaica está distribuída ao redor do mundo a gente já sabe. Mas como parte dessa população se encontra no Brasil atualmente?
Vamos conhecer um pouco sobre a comunidade judaica no Brasil, desde a formação da primeira comunidade judaica registrada no país até os dias atuais.
Do século XVII ao século XXI: a história e a comunidade judaica no Brasil
Foi no século XVII que a primeira comunidade judaica no Brasil foi registrada em Recife. Em torno de 1640, a primeira sinagoga, ou seja, o primeiro local de culto da religião e centro comunitário das Américas foram fundados, também em Recife, ficando conhecidos como Kahal Kadosh Zur Israel – ou Santa Comunidade Rochedo de Israel.
A segunda comunidade judaica no Brasil foi fundada em Belém no século XIX. No ano de 1824, a primeira sinagoga moderna foi fundada, na mesma cidade, conhecida como Shaar Hashmain. Posteriormente, houve a criação de um cemitério judaico, em 1842, e de outra sinagoga, entre 1889 e 1892, conhecida como Essel Abraham.
A União Shel Guemilut Hassadim, a primeira instituição judaica, foi fundada em torno de 1840 e 1850, no Rio de Janeiro, sendo estabelecida por judeus marroquinos. No ano de 1867, a Alliance Israélite Universelle foi criada, seguida por outra instituição, chamada de Sociedade Israelita do Rito Português, em 1873. Em 1866, a primeira sinagoga do estado, conhecida também como Shel Guemilut Hassadim, foi fundada.
Era terça-feira, dia 28 de janeiro de 1873, que a primeira sociedade filantrópico judaica foi criada, nomeada como A Sociedade União Israelita do Brasil.
Os judeus migraram para o Rio Grande do Sul em 1904, no século XX, e em 1906 foi criada a primeira escola judaica em Santa Maria.
Comunidades ao redor do País
Entre os anos de 1914 e 1930, os imigrantes judeus formaram comunidades em Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Durante esse período, em 1915, o primeiro jornal judaico no idioma ídiche foi editado e as comunidades começaram a desenvolver atividades culturais e de imprensas significantes.
Sete anos depois, aconteceu o Primeiro Congresso Sionista no Brasil – o termo sionista refere-se ao movimento político nacionalista, o qual defende a criação de um Estado Judeu soberano e o retorno dos judeus a Israel –, reunindo diferentes movimentos e que resultou na criação da Federação Sionista do Brasil.
Entre os anos de 1940 e 1945, o Governo Vargas cancela tanto o ensino quanto a publicação de jornais em línguas estrangeiras. Como consequência, as organizações de imigrantes foram obrigadas a nacionalizar seus nomes, além de eleger brasileiros para a diretoria.
Cinco anos depois da chegada dos judeus húngaros e egípcios, em 1950, os quais que ficaram instalados, principalmente, no Rio de Janeiro e São Paulo, criaram o Hospital Israelita Albert Einstein, localizado na zona sul do município de São Paulo, no Morumbi.
Feitos judaicos no Brasil até os dias atuais
Em 1969, a USP instituiu o Centro de Estudos Judaicos e, 20 anos depois, um programa de pós-graduação em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaica foi regulamentado na universidade.
No século XXI (2009), o projeto de lei foi sancionado e definiu o dia 18 de março como o Dia Nacional da Imigração Judaica, devido a reinauguração da sinagoga de Recife.
6 de setembro de 2021 marcou o início do ano 5.782 para os judeus. Atualmente, o Brasil tem cerca de 90 mil judeus espalhados em seus territórios, sem contar com aquelas pessoas que se enxergam como judias ou que possuem a cidadania. Em 2010, o número ultrapassava os 105 mil, e o país era considerado a segunda maior comunidade judaica da América Latina.
Na capital do Rio Grande do Sul, entre novembro e dezembro desse ano, foi inaugurado o Memorial da Imigração Judaico-alemã a partir de eventos realizados na sede da SIBRA, localizado no bairro Rio Branco. Acredita-se que, a partir de março do ano que vem, o local já estará disponível para visitas agendadas. Foram 8 anos de planejamento, desde o surgimento da ideia até a sua inauguração.
Curiosidade: o órgão de representação e coordenação da comunidade israelita do país é a CONIB – Confederação Israelita do Brasil.